O Curso promovido para mulheres despertarem o gosto pelo curtimento do couro e artesanatos, está inserido dentro do Programa Couro do Peixe, uma parceria efetuada entre Provopar de Pontal do Paraná, Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR ) e Prefeitura de Pontal do Paraná foi ofertado para mulheres pescadoras do Balneário de Ipanema.
Além destas mulheres aprenderem uma nova profissão, elas aprendem que o couro do peixe que antes era jogado fora, agora pode ser reaproveitado e utilizado para garantir um dinheiro extra através da venda dos produtos pós curso.
Uma turma com seis mulheres pescadoras de Shangrilá recebeu o curo do Programa Couro do Peixe, ministrado pela professora e pesquisadora Kátia Schwarz, grande incentivadora de mulheres empreendedoras.
Uma das formas de criar possibilidades de trabalho para a população do Litoral paranaense é um dos objetivos que motivou a criação do programa Couro de Peixe desde 2008.De acordo com a coordenadora Katia Kalbo Schwarz, o couro do peixe e utilizado parta produzir bolsas, chapéus, pulseiras, colares, cintos, carteiras, agendas, brincos entre outros artesanatos.
“As artesãs poderão realizar o processo de curtimento do couro de peixe no Provopar de Pontal do Paraná, garantindo uma melhoria na renda familiar e contribuindo com a preservação do meio ambiente. As peles de peixe que eram jogadas fora, compramos dos pescadores, limpamos e realizamos o processo de curtimento com produtos naturais com tanino. Os cursos para a comunidade são gratuitos, tanto de curtimento de couro pela Universidade e artesanato pelo município. Além disso, capacitamos pessoas para entrar no programa para geração de trabalho e renda. Queremos que o couro de peixe vire Patrimônio não material do Município e do litoral do Paraná”. Definiu Kátia.
Este curso foi realizado com o couro do linguado, espécie marinha, mas pode ser feito também com outras espécies como parú, robalo e outros. O curso já possui um renome nacional e peças feitas em Pontal do Paraná já ganharam o mundo. Peças foram exportadas para alguns países e por conta deste período pandêmico ficou um pouco para trás, mas a ideia agora é um retorno nas vendas para o exterior. Já exportamos para a Alemanha, amostras para o Japão e queremos voltar ao mercado internacional. Para isso precisamos de mais mulheres no programa, mas para exportar a demanda é grande e a quantidade de peças solicitadas é enorme e precisa de uma remessa grande com muitas pessoas confeccionando”. Explicou Schwarz.
Já passaram mais de 200 mulheres no Programa Couro de Peixe e a ideia é que mais façam parte desta grande junção para geração de renda. Mais turmas ainda serão abertas.
Uma grande apoiadora e incentivadora do Programa do Couro do Peixe e voluntária, dona Cida Gimenes explica que haverá ainda mais uma turma para este ano. Vamos fazer uma turma neste mês de novembro, ainda turma pequena por conta dos protocolos sanitários e levaremos mulheres de uma colônia e no próximo anos já estamos programando novas turmas”. Explicou Cida Gimenes.
O processo do curtimento do couro de peixe é demorado, são ao total nove etapas a serem cumpridas. Às vezes, conforme a espécie e sexo do animal pode demorar até dez dias. Mas isso não é empecilho para Joseslaine Santos, pescadora e também trabalha no Provopar e fez o curso. Ela é Presidente da Amepe, Mulheres da Pesca. “Alguns anos atrás, ouvimos falar do curtume, mas nunca tivemos a oportunidade de ver e chegar perto. Nós somos 25 mulheres, mas pelas normas só seis de nós estamos fazendo e apreciando muito porque é excelente. Hoje elas podem observar que aquele couro de peixe descartado pode transformar em artesanato, peças e gera renda”. Elogiou Joseslaine.
“Meu orgulho e ver as artesãs, curtidas, brilharem, que o nosso trabalho deu certo, que as sementes brotem e deem frutos”. Finalizou Kátia.
Quem também adorou fazer parte desta turma animada de pescadoras foi a Vera Lúcia dos Santos. Estava entre as seis que participaram e dá seu depoimento. Quero muito agradecer ao prefeito e dona Cida que nos deram esta oportunidade e também a colega Joseslaine que nos mostrou este curso e nos convidou. Nós estamos muito felizes em aprender uma nova profissão”. Declarou Vera.
Texto e Fotos: Rafaela Takiguchi