Uma das oficinas culturais da Secretaria de Esportes, Cultura, Lazer e Juventude da Prefeitura de Pontal do Paraná é um tanto inusitada, estamos falando das oficinas de histórias em quadrinhos, quem tem encantado crianças de todo nosso município, com aulas na Biblioteca Pública Municipal Abílio João Vizzoto do balneário Ipanema e na aldeia indígena Guaviraty no balneário Shangri-lá.
Os quadrinhos narram histórias através de desenhos e textos em sequência, normalmente na horizontal. Essas histórias possuem os fundamentos básicos das narrativas: enredo, personagens, tempo, lugar e desfecho. Na linguagem (verbal e não-verbal) são usados balões com textos escritos, que narram as falas dos personagens. O formato desses balões também transmite intenções distintas.
As oficinas são ministradas pelo cartunista Roberto Correa, que possui 22 anos de experiência, elas acontecem há 1 ano e possuem atualmente 28 alunos, sendo 12 na biblioteca de Ipanema e 16 indígenas. Segundo ele a recepção das crianças tem sido um sucesso, com procura desde os primeiros dias de oficina:
“A maioria das crianças já desenha e tem suas preferências de estilo de desenho e personagens, mas algumas chegam pra aprender do início. Nas primeiras semanas já é possível aprender a desenhar alguns personagens. Uso a técnica de Brainstorm (tempestade de ideias) com eles para criar personagens e roteiros usando a linguagem dos quadrinhos. Isso instiga muito a imaginação deles. Já temos 3 histórias em quadrinhos em andamento. Quero aproveitar a oportunidade e agradecer ao Secretário de Esportes, Cultura, Lazer e Juventude, João Carlos Marcon e ao Prefeito Rudão Gimenes pela oportunidade que nos deram de implementar o projeto em Pontal do Paraná”, disse Roberto.
Os pequenos indígenas se divertem muito com os desenhos. Na aldeia há também outros professores, inclusive um de Tupi-Guarani, a língua oficial daquela etnia, que também é indígena. Os outros professores ensinam o português e outras matérias para as crianças. Eles trabalham em conjunto com as oficinas de quadrinhos. Pois os pequenos criam muitos desenhos e quadrinhos sobre plantas, peixes, animais e tudo mais que faz parte do dia a dia deles.
Uma das indígenas, a pequena Samara, de 9 anos, gosta tanto destas atividades que cola todos os desenhos em volta da casa dela (veja nas fotos abaixo).
O cacique Mariano Acosta Pereira comentou sobre as oficinas no território indígena: “As crianças amam as aulas de desenho e quadrinhos. Os pequenos ficam esperando a semana inteira por elas” (pois as aulas são toda quarta-feira).
DOAÇÃO DE GIBIS
Roberto apresentou o Projeto de Pontal do Paraná para o coordenador e cartunista da Gibiteca de Curitiba-PR, Fúlvio Pacheco. Ela é a primeira gibiteca do mundo e está orientando para que seja instituída e organizada uma gibiteca em Pontal do Paraná. No dia 25/10/22 as oficinas de Pontal receberam uma significativa doação de gibis para começar este trabalho na biblioteca do balneário Ipanema.
INTERCÂMBIO COM UMA ETNIA DA AMAZÔNIA
Em um evento na Gibiteca o Roberto conheceu o cartunista e quadrinista Alberto Firmin, de Manaus-AM. Ele atua como diretor de arte na revista em quadrinhos “HQ Maramunhã, Uma Lenda Manaus" que tem como idealizador o roteirista ''Evaldo Vasconcelos. Ambos propuseram a Roberto um intercâmbio cultural através da troca de histórias em quadrinhos entre a aldeia Guaviraty localizada em Pontal do Paraná-PR com uma aldeia da região Amazônica, da etinia sateré mawé, descobridores do Guaraná naquela região. A ideia é que o intercâmbio vire um Fanzine (publicação não profissional e não oficial, produzido por entusiastas de uma cultura em particular).
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