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  • Preservação da restinga torna Pontal do Paraná área abundante em vegetação à beira-mar e natureza exuberante atrai mais turistas

    Terça-feira, 16 de janeiro de 2024

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    O município de Pontal do Paraná, no litoral do estado, abriga a área de restinga mais abundante e preservada do Sul do Brasil entre as cidades com grandes núcleos urbanos. Em alguns balneários muito procurados pelos turistas, como Atami e Pontal do Sul, a faixa ocupada pela restinga chega a ter 400 metros de extensão até chegar à areia da praia. Em outros, onde é mais estreita, tem pelo menos 50 metros.

    A vegetação é uma planície, uma espécie de “floresta rasteira” que se estende pelos 23 quilômetros de orla passando pelos 48 balneários da cidade, conhecida pelas praias mais preservadas do Paraná.

    A Prefeitura de Pontal do Paraná trabalha na manutenção e construção de novas passarelas ecológicas de madeira que se elevam sobre a faixa de restinga, levando até a praia, evitando que os turistas, moradores e vendedores ambulantes atravessem pisando sobre a vegetação. E a visitação aumentou inclusive fora do verão, já que as passarelas permitem visão elevada da orla em alguns pontos com luneta.

    Junte-se a isso algumas das praias mais limpas do Sul do Brasil, cheias de vida, onde as tartarugas escolhem para desovar, há várias espécies de pássaros e animais diversos.

    Do ponto de vista da ciência, a restinga é uma planície costeira junto ao mar formada por solos arenosos no período Quaternário, o mais novo dos 11 ciclos da evolução terrestre. Foi quando surgiram os animais novos e, inclusive, o homem. A restinga separa a areia da praia e áreas de terra localizadas imediatamente acima.

     

    “Pontal do Paraná é a cidade com a restinga mais preservada do litoral”.

    Segundo o professor da PUC Paraná e membro do Instituto Pró-Restinga, Carlos José Gomes, é formada na sua extensão por vegetais, plantas, herbáceas, arbustivas e arbóreas. Enfim, toda aquela vegetação que fica em frente à praia, e que vai inclusive em direção à serra do mar, possuindo cordões.

     “Sem dúvida alguma! Seja no mangue lá embaixo, o mangue seco, no embarque para Ilha do Mel e vamos até Monções. O que nós temos? Barrancos, Shangri-lá, o caminho para Ipanema...mesmo depois de Ipanema, ali onde estão os pescadores, indo para os outros municípios, nós temos a restinga mais preservada do litoral paranaense. Isso não significa que não tenhamos que fazer um bom plano de manejo, para manter essas situações. Hoje as pessoas buscam muito conforto. E nós vemos alguns locais onde já estão querendo cortar faixas de restinga para pôr grama. A grama é bonitinha, mas ela não desenvolve esse papel. Ninguém vai ser um ‘eco chato’. Então na beira ali da avenida (Aníbal Khury, equivalente à Avenida Atlântica nas cidades à beira-mar) é justo que você tenha um, dois, ou três metros de grama. Até para ter os quiosques, enfim. Todo mundo quer uma boa qualidade. Mas, depois, restinga! Que chamamos de “restinga baixa”, herbácea. E temos a melhor em Pontal do Paraná”, afirma.

    De fato, uma das maiores riquezas da cidade e do lindo litoral paranaense é a restinga, continua o professor. “Se a população preservar a restinga será sensacional. Precisamos pensar em praia e restinga não para nós, mas para nossos filhos, netos e bisnetos. Tudo isso é o equilíbrio do mar. Nós vemos em alguns locais do mundo o mar invadindo as casas. Onde se tem uma boa fixa de restinga isso não acontece”, defende o especialista.

    De fato, a restinga não evita apenas que a areia e o mar venham a invadir. “Ela evita que haja qualquer destruição e ajuda os pescadores, o turismo, tudo. A restinga passa a ser a nossa casa de preservação para que o mar não comece a vir, e não é só para a avenida (atlântica), ele vem para cima de tudo. E nós vemos, onde há desproteção, áreas sendo completamente devastadas”, conclui o professor.

     

    GESTÃO E MANEJO

    A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca se dedica à preservação e ao manejo da restinga. Afinal, manter a fauna e a flora depende dela, onde vivem vários animais. São caranguejos, lagartos, gaviões coleiros, sabiás, cobras do tipo cipó, caninana e jararacuçu. Também há uma enormidade de aves, lagartixas e crustáceos, que complementam esse ecossistema.

    O secretário da pasta, Jackson Bassfeld, defende a importância de preservar a restinga: “Pontal do Paraná é muito grata pelos serviços ambientais que a restinga proporciona ao nosso município, sobretudo a proteção de efeitos erosivos da linha de costa, bem como, o valor paisagístico inestimável. Nossa cidade é a única cidade do litoral que possui passarelas elevadas, com a possibilidade da manutenção da vegetação da restinga rasteira por baixo dessas passarelas, tendo todo cuidado no acesso as faixas de areia da praia. Quando foram construídas, isso foi cuidadosamente pensado para preservar o ecossistema e impactar o menos possível”, disse o secretário.

    E o professor Carlos reforça a necessidade de cuidarmos de tudo isso. “Sem puxar a orelha de ninguém, todo mundo cuida exemplarmente do seu cãozinho e do seu gatinho. Por que não cuidar também da coruja e dos outros animais. Acho muito importante. Nós começamos a mapear as corujas aqui no litoral e em pouco tempo conseguimos catalogar 79 corujas”, disse o professor sobre um dos animais presentes na restinga.

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