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    Terça-feira, 06 de dezembro de 2022

    Última Modificação: 06/12/2022 17:01:02 | Visualizada 146 vezes

    Luiz Michelin Junior - Imprensa


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    PRIMEIRA TURMA DE ALUNAS DO MAGISTÉRIO É FORMADA EM CURSO DE DESCONTRUÇÃO DO RACISMO

     

    O Colégio Estadual Paulo Freire do balneário Praia de Leste é o único que possui um curso de magistério de nível médio em Pontal do Paraná. Hoje (06/12/22) o Projeto Afrolip (Afrodescendentes do Litoral Paranaense) formou a primeira turma de alunas do curso de Formação de Docentes em ERER (Educação das Relações Étnicos-Raciais).

     

    O projeto Afrolip prevê a desconstrução do racismo a partir da educação infantil, começando pelos CMEIs (Centro Municipal de Educação Infantil), promovendo a formação dos professores e educadores que estão no dia a dia das crianças, para que se construa nelas a identidade da criança negra, da criança indígena, da criança quilombola, trabalhando toda a diversidade de etnias desde a infância.

     

    O curso iniciou-se em agosto/2022 sendo uma parceria da Prefeitura Municipal de Pontal do Paraná com o Núcleo Regional de Educação de Paranaguá e teve uma carga horária de 40 horas.

     

    Foram 22 formandas que aprenderam a trabalhar com a temática afro-brasileira, iniciando pelo conhecimento da Implementação da Lei 10.639/2003 e 11.645/2008, que tratam da obrigatoriedade do estudo da cultura afro-brasileira e africana, como conteúdo em todas as disciplinas do currículo escolar desde as séries iniciais até o ensino superior em Pontal do Paraná.

     

    Depois de formadas as professoras receberão uma extensão do curso com dois bimestres de 40 horas/aula anualmente, com 4 anos de duração, perfazendo 320 horas.

     

    A professora e doutora Edicélia Maria do Santos de Souza, idealizadora do Projeto Afrolip, disse estar feliz em formar a primeira turma no curso de magistério do Colégio Paulo Freire, para ela um marco histórico na educação de Pontal do Paraná: “Hoje é uma data muito importante para o nosso projeto, pois formamos mais 22 multiplicadoras das nossas causas, que são professoras que estão se formando e levarão a educação étnico-racial para a sala de aula. São assuntos que serão incluídos em seus PTD (Plano de Trabalho Docente). Esse é o cumprimento das leis 10.639 e 11.645. Agradeço as nossas autoridades dos poderes legislativo e executivo, a diretoria do Colégio Paulo Freire na figura da diretora Tatiane, a coordenadora e pedagoga Leonor, que nos atenderam muito bem durante o ano, fazendo com que esse curso acontecesse”, disse a Dra. Edicélia.

     

    A diretora do Colégio Estadual Paulo Freire, Tatiane Navroski, ressaltou a importância deste curso para as futuras professoras: “No curso de formação de docentes aqui do Colégio (Paulo Freire) sempre buscamos parcerias, como esta do Afrolip e gerenciamos para que elas aconteçam. Nós colocamos à disposição para que as alunas aproveitem esse momento, pois é um curso que vem agregar na formação delas. Estes debates são muito importantes e este é um tema que hoje é trabalhado em todas as escolas do nosso município. A Dra. Edicélia é uma pessoa que batalha pela causa e assumiu o compromisso de treiná-las. Nos enche de orgulho vermos que nossos futuros educadores estão nesse caminho, buscando esse tipo de formação, um ponto muito positivo, que já se tornou um sucesso”, disse Tatiane.

     

    A aluna do terceiro ano do Curso de Formação de Docentes do Colégio Estadual Paulo Freire, Molinary da Veiga Miranda, de 17 anos, foi coordenadora da turma das aulas do Projeto Afrolip e disse estar muito satisfeita com o curso e o aprendizado que recebeu com suas colegas: “Foi muito gratificante ter participado do curso de ERER, não só como coordenadora, mas também como aluna, pois estou me tornando professora e vou utilizar o que eu aprendi dentro da minha profissão, nós precisamos ter uma visão diferenciada, saber interpretar quando estão ocorrendo casos de racismo ou outros problemas em sala de aula. O nosso curso de formação de docentes não aborda tão profundamente estes assuntos. Muitas crianças não conseguem nem terminar seus estudos por ter o psicológico abalado pelo racismo e consequentemente o buylling, infelizmente, essa realidade precisa ser mudada e estamos aqui para isso”, disse Molinary.

     

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